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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Maggie Cox

© 2016 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Não sem amor, n.º 2092 - octubre 2016

Título original: Mistress on Demand

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2006

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.

Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-9176-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Capítulo 12

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

Sophie acordara com o pressentimento desagradável de que o dia não ia correr bem. Estava tão tensa que sujou o pijama ao apertar o tubo da pasta dos dentes. Depois, quase derramara o seu café sobre o vestido simplório que vestira contrariada para ir ao casamento de Diana. Ela odiava casamentos, contudo, Diana era a sua melhor amiga e pedira-lhe que fosse testemunha da cerimónia.

E a sua sorte só parecia piorar. Quando estava a mais de metade do caminho para o Registo Civil, o carro parou no meio da estrada. Sophie não teve outra alternativa senão continuar o caminho a pé. O seguro do carro não cobria todos os riscos, portanto não podia avisar a companhia de seguros para que fossem ajudá-la. E, além disso, como saíra a correr de casa, deixara o telemóvel na mesa da entrada… ao pé da sua mala! Portanto, nem sequer tinha dinheiro para um táxi.

E como se não bastasse, chovera toda a manhã e as ruas pareciam rios. Sophie começou a andar, a tapar-se como podia com o guarda-chuva e, quando achava que as coisas não podiam ser piores, um Rolls Royce reluzente passou a toda a velocidade junto a ela, molhando-a de cima a baixo. Ela parou furiosa enquanto via como o seu casaco e os seus sapatos se tornavam cinzentos e depois praguejou, a gritar para o carro.

Para sua surpresa, viu que o veículo parava junto à calçada uns metros mais à frente. Sem hesitar, Sophie dirigiu-se para ele disposta a demonstrar a sua indignação ao ocupante. Já que ela ia chegar ao casamento da sua melhor amiga com o aspecto de uma mendiga, pelo menos o passageiro daquele Rolls Royce receberia uma parte da sua fúria.

Tinha a certeza de que o proprietário daquele carro era um homem. Só um bruto insensível e desconsiderado teria passado a toda a velocidade sobre a poça de lama, ao ver que ela estava ao lado.

Quando chegou junto ao carro, foi cumprimentada por um motorista de cabelo grisalho totalmente envergonhado.

– Lamento, menina. Temos pressa e quando vi a poça de lama já era demasiado tarde.

– Eu também tenho pressa e será que vou arruinar o dia dos outros com a minha desconsideração? Devia ter tido mais cuidado! O que vou fazer agora? – protestou ela, cada vez mais congelada devido à roupa encharcada.

– Volta para o carro, Louis. Não tenho tempo para isto, vamos chegar atrasados.

Ao ouvir aquela voz masculina imperiosa, Sophie olhou para o interior do veículo. Vislumbrou o cabelo loiro perfeitamente cortado e o olhar duro do ocupante e sentiu um calafrio. Contudo, lembrou-se da ordem que dera ao seu motorista, como se não se importasse nada com o que lhe acontecesse e ficou ainda mais furiosa.

– Como se atreve? – gritou ela. – Estou encharcada e com a roupa estragada porque vocês me molharam e a única coisa que lhe importa é que vai chegar atrasado onde quer que seja! Oxalá tenha um mau dia e desejo-o sinceramente! Nem tem coragem para sair do carro e olhar-me para a cara, pois não? Já para não falar em desculpar-se!

– Menina – interveio o motorista, – permita-me ajudá-la. De certeza que podemos dar-lhe uma boleia. Se quiser…

Enquanto o homem, mortificado, tentava apagar a falta de consideração do seu chefe, a porta de atrás do carro abriu-se de repente e o seu ocupante saiu. O homem olhou para Sophie com desprezo evidente, como se ela fosse um insecto incómodo. Era muito alto e corpulento, algo que podia ter intimidado Sophie. Os seus olhos, verdes e de olhar fulminante, observaram-na.

– O que é que quer de mim? – perguntou ele. – Você não devia estar a caminhar tão perto da calçada e muito menos a usar esses sapatos ridículos com esta chuva. Você é a única culpada do que lhe aconteceu.

Os seus sapatos eram ridículos? Sophie olhou para as sandálias caras que calçara para o casamento da sua amiga e sentiu que a fúria se apoderava dela.

– Como se atreve a falar-me assim? O que calço não lhe diz respeito! Como podia saber que um idiota ia arruiná-los ao passar com o carro ao meu lado e deixar-me ensopada? Que grande lata!

– Vou repetir: o que é que quer que faça? Quer que lhe pague os sapatos ou quer que pague a lavagem a seco do casaco? Diga-me depressa para que possa seguir o meu caminho. Já perdi muito tempo a ouvir os seus gritos histéricos.

Sophie percebeu que ele tinha sotaque, pareceu-lhe holandês. Mas, à excepção disso, como se atrevia a chamar-lhe «histérica» só porque ela não quisera ser humilhada e deixara muito claro como se sentia?

Ao vê-lo tirar a carteira e oferecer-lhe dinheiro, Sophie empalideceu.

– Não quero o seu maldito dinheiro! Não lhe ocorreu que uma simples desculpa sincera seria suficiente? Tenho pena de si, com o seu carro caro, a esconder-se atrás dos vidros fumados e a comportar-se como se fosse o rei do mundo. Muito bem, siga o seu caminho, quem quer que seja. E espero que não chegue tão tarde ao seu compromisso, como eu vou chegar ao meu! Mas se isso acontecer, lembre-se porque foi.

Ia virar-lhe as costas quando ele a agarrou pelo pulso. Sophie virou-se, assustada.

– Se não quer o meu dinheiro, aceitará que lhe dê uma boleia? Louis pode levar-me ao meu destino e depois levá-la-á onde quiser. Acha bem?

Sophie soltou-se e olhou para ele, desafiante.

– À falta de uma desculpa e dadas as circunstâncias, terá de bastar – respondeu ela, contendo-se para não lhe agradecer.

Fechou o guarda-chuva e entrou no carro. Assim que se sentou, fez uma careta e concentrou-se em olhar pela janela, enquanto ele se sentava muito afastado dela. Será que pensava que ela tinha uma doença contagiosa?, perguntou-se Sophie.

– Quando eu sair, indique a Louis onde quer que a leve – explicou ele, com reticência.

Ela não pensou que fosse necessário responder. Viu as horas no seu relógio e voltou a olhar pela janela. Não conseguia parar de se perguntar se Diana lhe perdoaria por chegar atrasada ao seu casamento e, além disso, com um aspecto desastroso.

Minutos depois, o Rolls Royce parou à frente do edifício do Registo Civil. Sophie franziu o sobrolho, confusa. Não dissera a Louis onde tinha de a deixar, portanto como soubera onde ia celebrar-se o casamento de Diana e Freddie? E quando viu o loiro escultural que tinha ao lado sair do carro, sentiu-se ainda mais confusa.

– Espere um momento. Eu também vou para o Registo. Vou ao casamento da minha melhor amiga.

Ele percebeu a sua confusão com uma atitude altiva. Sophie corou de indignação.

– Vai ao casamento de Diana Fitzwalter? – perguntou ele.

Sophie ficou gelada. Como era possível que ele soubesse? E será que ele conhecia Diana? De onde? De repente, sentiu-se assaltada por uma dúvida terrível. Será que ele era um convidado?

– Conhece Diana? – perguntou-lhe ela, atónita.

– É a minha assistente pessoal, portanto é óbvio que a conheço.

Aquele homem era Dominic Van Straten, o promotor imobiliário multimilionário para quem Diana trabalhava? Segundo a sua amiga, aquele homem não sorria nem quando as suas acções da Bolsa disparavam e aumentavam ainda mais a sua riqueza. O que fazia ali aquele homem, quando pensava que a cerimónia seria íntima, com Sophie e um amigo de Freddie como únicos convidados para servirem de testemunhas?

Diana confessara que o seu chefe a intimidava e que a única razão pela qual continuava a trabalhar para ele era porque pagava melhor que qualquer outro.

Sentindo que as pernas lhe falhavam, Sophie saiu do carro.

– Eu sou amiga de Diana, o meu nome é Sophie.

Dominic não fez esforço nenhum por ser amável: não sorriu nem se apresentou. «O que esperavas? Já sabes que este homem é mais frio que o gelo», disse Sophie para si. Olhou para o seu relógio e viu que estavam cinco minutos atrasados. A noite, que ao princípio ia ser divertida e agradável, de repente, tornara-se num desastre. Tremeu e viu que Dominic percebia isso, olhava para ela com impaciência e começava a subir os degraus do edifício.

No hall encontraram Diana, que estava radiante mas muito nervosa, e o seu namorado, Freddie Carmichael, que sentiu um grande alívio ao vê-los.

– Sophie, graças a Deus! O que raios aconteceu? – perguntou a noiva, enquanto notava as manchas enormes cinzentas no casaco e nos sapatos da sua amiga.

Sophie olhou de esguelha para o seu acompanhante silencioso e encolheu os ombros.

– O meu carro parou e tive de vir a pé. Conto-vos mais tarde, não é hora de irmos?

– Sim. Estou tão nervosa! Fico contente por te ver, Dominic, estou muito agradecida por teres podido vir, apesar de te ter avisado tão tarde. Quem ia saber que o amigo de Freddie ficaria doente com gripe! Muito obrigada por nos ajudares. Entramos? Acho que o funcionário está à nossa espera.

A cerimónia foi comovente, porém, Sophie surpreendeu-se por Dominic não expressar nenhuma emoção, nem sequer um sorriso breve. A sua presença deixava-a nervosa. No final da cerimónia, quando ambos tiveram de assinar como testemunhas, ele fê-lo com tanta gravidade como se estivesse a assinar o certificado de óbito de alguém.

Diana anunciara que o copo-d’água, com alguns amigos e familiares, seria celebrado no hotel Park Lane Hilton. Sophie deu por si a rezar para que Dominic não fosse ao copo-d’água. Não seria capaz de fingir cortesia com aquele homem que instintivamente não suportava.

No entanto, as suas preces não foram atendidas. Meia hora mais tarde estava no hall do hotel luxuoso com um copo de champanhe na mão e Dominic ao seu lado. Sophie bebeu o champanhe tão depressa que começou a tossir. Sentiu umas palmadinhas nas costas para lhe aliviar o desconforto. Surpreendentemente, era Dominic!

– Deixe-me segurar no seu copo enquanto se recupera, por favor.

– Sophie! Estás bem, querida?

Diana apareceu do outro lado com um ar preocupado. Sophie esboçou um sorriso e assentiu. Tirou o copo das mãos de Dominic e desejou que a terra a engolisse. Aquele dia estava a ser o pior da sua vida!

– Estou bem. Engasguei-me com o champanhe, foi só isso.

Diana desculpou-se e foi cumprimentar alguns recém-chegados. Sophie e Dominic ficaram a sós e ela sentiu-se como se estivesse numa jaula com um leão faminto.

– A cerimónia correu bem, não acha? – comentou ela e, seguidamente, lamentou tê-lo dito.

Certamente seria melhor se parasse de tentar ser civilizada com aquele homem e simplesmente o ignorasse. Nunca se perdoaria se a atitude avinagrada dele arruinasse o ambiente festivo de Diana.

– Gosta de casamentos? – perguntou ele, surpreendendo-a, mas sem esboçar um sorriso nem mostrar nenhum gesto amistoso.

Ela olhou para ele, desafiante.

– Na verdade, detesto.

– Porquê?

Ela nunca tivera de explicar aquele sentimento a um estranho, portanto não sabia muito bem como expressar a sua aversão.

– São… pouco práticos. Acho que Diana e Freddie estavam melhor antes. Cria-se uma tensão horrível quando as famílias se juntam para acontecimentos como estes, não acha? Além disso, somos sempre obrigados a falar com pessoas que não queremos e é sempre tudo muito complicado.

Assim que acabou a última frase, Sophie tapou a boca com as mãos ao perceber o que acabara de dizer. Mas pelo menos o homem não parecia ofendido. Pelo contrário, esboçou um sorriso que transformou o seu rosto sério e taciturno em algo muito mais humano.

– Deduzo que não é casada, engano-me?

– Não, não sou casada – respondeu ela, com rigidez.

De certeza que não se surpreendia que fosse solteira, pensou Sophie a corar. Sabia que ela não era feia, mas também não era uma beleza e o facto de ele lhe ter chamado «histérica» não lhe dava uma boa imagem.

Ele não disse nada, apenas a estudou atentamente e Sophie sentiu-se mal e desejou sair dali o mais depressa antes. Porém, obrigou-se a conter a sua vontade de fugir ao pensar em Diana; não queria estragar a festa dela.

– Tem de permitir que pague a limpeza do casaco e dos sapatos que sujei – pediu ele, de repente.

Sophie mexeu-se incomodada. Ela não queria o dinheiro dele.

– Olhe, senhor Van Straten. Eu não gosto de si e você não gosta de mim, portanto não tem de me dar dinheiro nenhum e não temos de fingir que nos damos bem, quando é evidente que ambos gostaríamos de estar noutro lugar. Porque acedeu a ser testemunha no casamento de Diana?

Dominic não deu nenhum sinal de se sentir incomodado com a brusquidão dela.

– Ela pediu-me o favor e eu aceitei com muito prazer. Tenho a certeza de que isso te surpreenderá, Sophie.

O que a surpreendia tremendamente era que ele se atrevesse a chamá-la pelo seu nome de baptismo e muito mais que quisesse falar com ela depois daquele confronto.

– Sim, francamente. Não me dás impressão de ser o tipo de homem que faz favores facilmente.

– Ah, não? E que tipo de homem dou a impressão de ser, Sophie?

«Frio, distante, insensível e com ar de superioridade», pensou ela, mas em vez disso respondeu:

– Demasiado independente e centrado em ti para saberes as necessidades dos outros – respondeu e percebeu que certamente aquelas palavras eram piores que as que pensara ao princípio.

E deviam ser piores, com efeito, porque ele franziu o sobrolho.

– Não te preocupas com o efeito que as tuas palavras possam causar, pois não? Não me surpreende que não sejas casada. Uma discussão não faz mal de vez em quando, mas ninguém gosta de viver ao lado de uma fera.

– Eu não sou uma fera!

Era verdade que tinha mau feitio, mas só quando era testemunha de alguma injustiça, como antes, quando o carro de Dominic a molhara até aos ossos. E com o seu salário de professora primária custara-lhe muito poupar para conseguir comprar aquela roupa tão elegante.

Sophie fez uma careta e conteve-se para não responder.

Desejou que Diana regressasse para junto deles o mais depressa possível e aliviasse a tensão crescente entre aquele homem e ela.

– Não sou uma fera, mas também não tenho medo de dizer o que penso. Se o seu motorista não tivesse sido muito amável, senhor Van Straten, ter-me-ia deixado encharcada na sarjeta enquanto seguia o seu caminho para o casamento da minha melhor amiga. Nada do que fez ou disse depois disso me faz pensar que tenha alguma qualidade que o redima!

– Nem sequer depois de ter evitado que te afogasses?

– Não evitou que me afogasse! – exclamou Sophie, indignada. – O champanhe foi por onde não devia, foi só isso.

– Portanto sou demasiado independente e egoísta para ajudar alguém que tem um problema, é isso o que pensas, não é?

– As acções falam por si.

– Então, não tens de te preocupar mais. Não terás de aturar a minha companhia durante mais tempo.

E dizendo isso, Dominic virou-se bruscamente e saiu. Sophie observou-o a aproximar-se de Diana e a falar com ela. Ao ver o ar de surpresa e consternação da sua amiga, Sophie repreendeu-se por ser a causador da saída de Dominic. Era evidente que Diana queria que estivesse na celebração, senão não lhe teria pedido que fosse testemunha do casamento.

«Oxalá tivesse contido o meu mau feito!», lamentou-se Sophie. Ela não gostava de Dominic Van Straten, mas aquele devia ser o dia mais feliz da vida da sua melhor amiga e ela arruinara-o. Assim que conseguiu ficar a sós com Diana, desculpou-se.

– Foi-se embora porque eu o assustei.

Diana franziu o sobrolho.

– Dominic Van Straten nunca foge de nada, antes pelo contrário. Disse-me que lhe surgiu um contratempo urgente e que tinha de se ir embora. E não é de estranhar, aquele homem quase nunca descansa. Que pena… sobretudo porque ele pagou tudo isto!

– O teu chefe pagou o teu copo-d’água? – perguntou Sophie, horrorizada.

E pensar que lhe dissera que não lhe parecia ser um homem que dispensasse favores!

– Ele insistiu em pagar tudo, incluindo todo o champanhe que consigamos beber. Não é fácil trabalhar com ele, mas não posso dizer que não seja generoso.

Sophie desviou o olhar enquanto tentava convencer-se de que não era culpa dela que ele se ofendesse tão facilmente. Afinal de contas, ele chamara-a «fera». Acharia que ela ia esquecê-lo e fingir que não se passara nada? Mas aquele era um dia muito especial para Diana e ela quisera que o seu chefe estivesse ao seu lado.

– Diana, escuta, garanto-te que Dominic se foi embora por minha culpa. Começámos mal. O carro dele passou a toda a velocidade ao meu lado e ensopou-me ao passar por cima de uma poça de lama, foi por isso que o meu casaco e os meus sapatos ficarão tão sujos. Acho que fiquei nervosa e o insultei bastante ofensivamente.

Ao ver o olhar incrédulo da sua amiga, Sophie sentiu-se ainda mais culpada.

– Se soubesse que ele tinha pago o copo-d’água, podia ter-me contido mais. Lamento muito, a sério.

– Sophie! O que é que fizeste? – gemeu Diana, enquanto procurava o seu telemóvel na sua mala pequena. – Tenho de lhe telefonar e pedir desculpa. Se conseguir convencê-lo a regressar, terás de me prometer que te portarás o melhor possível… Ou não continuaremos a ser amigas! Entendeste-me?

– Seria melhor se eu me fosse embora – declarou Sophie, consciente de que era a via mais covarde, mas talvez a melhor.

– Isso não! – respondeu a sua amiga, furiosa, segurando-a para que não pudesse ir-se embora. – Vais ficar aqui e confrontar a realidade! Se Dominic quiser que peças desculpas, fá-lo-ás, ouviste-me, Sophie? Não vou permitir que o dia do seu casamento seja um desastre porque foste mal-educada com ele.