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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2008 Marion Lennox

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Casamento com o príncipe, n.º 1149 - Junho 2015

Título original: A Royal Marriage of Convenience

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

Publicado em português em 2009

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Bianca e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6945-5

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo 1

Capítulo 2

Capítulo 3

Capítulo 4

Capítulo 5

Capítulo 6

Capítulo 7

Capítulo 8

Capítulo 9

Capítulo 10

Capítulo 11

Se gostou deste livro…

Capítulo 1

 

– Rose-Anitra, temos uma surpresa para ti.

Rose suspirou. As surpresas dos seus sogros nem sempre eram agradáveis. Rose passara a noite num abrigo varrido pelo vento a ajudar um bezerro a nascer e o seu único desejo era deitar-se na cama a descansar.

Além disso, não conseguia tirar a carta da cabeça. Entre o correio chegara uma carta registada. Depois de lhe dar uma olhadela, pusera-a no bolso das calças para a ler com mais tranquilidade e tentar assimilar a informação que continha.

Mas conhecia bem os seus sogros e sabia que o melhor era fazer o que queriam, portanto sentou-se na beira de uma cadeira e entrelaçou os dedos, preparando-se para o pior.

– É uma surpresa maravilhosa! – exclamou Gladys, nervosa.

– Vais adorar – replicou Bob e Gladys olhou para ele de soslaio. Desde que o seu marido, Max, morrera há dois anos, Rose suspeitava que Bob, embora fosse só ocasionalmente, sentia pena dela, mas nunca tanta para enfrentar a sua mulher.

– Sabes que hoje faz dois anos que Max morreu – indicou Gladys.

– É claro – como esquecê-lo? Rose continuava a sentir saudades do homem que amara, mas parecia-lhe excessivo ter recebido na sua clínica veterinária tantas flores como no dia da sua morte. Toda a vila adorava Max e com isso tencionava manter viva a chama da sua lembrança.

– Esperámos até hoje para to dizer – replicou Gladys, – porque Max nos pediu. Disse que terias de superar o pior antes de conseguires pensar em ter um filho.

– De que estão a falar? – perguntou Rose, cravando as unhas na palma da mão. Como poderia ter tido filhos se tivera de trabalhar para pagar os estudos de veterinária? Quando tivera de permanecer junto de Max ao longo da sua doença? Como teria podido cuidar de um filho no presente se precisava de trabalhar dia e noite para ajudar a família?

– Mas já chegou o momento – replicou Gladys e sorriu.

– O momento? – perguntou Rose, sem conseguir compreender. – De quê?

– Temos o seu esperma, Rose – indicou Bob, num tom de voz cheio de ansiedade. – Há muitos anos, da primeira vez que ficou doente, disseram-nos que o tratamento podia deixá-lo infértil e, já então, tivemos medo de que ficasse sem descendência.

Rose olhou para ele com uma expressão de horror.

– Portanto, congelámos o seu esperma – replicou Gladys, – e decidimos mantê-lo em segredo. É um presente de Max para ti. Agora podes ter um filho dele.

 

 

A novecentos quilómetros, no escritório de advogados Goodman, Stern e Haddock de Londres, alguém recebia outra surpresa.

Nikolai de Montez, advogado, olhava, perplexo, para o homem maduro que se sentava do outro lado da sua secretária. Chegara cinco minutos antes do combinado vestido elegantemente, curvado devido à sua idade e com as mãos levemente trémulas. No cartão que lhe apresentara podia ler-se: Erhard Fritz. Assistente da Coroa.

– Tenho uma pergunta muito simples – disse, sem preâmbulos. – Estaria disposto a casar-se se herdasse um trono?

Como sócio de um prestigioso escritório de advogados internacional, Nick estava habituado a receber as propostas mais estranhas, mas aquela deixou-o sem fala.

– Se estaria disposto a casar-me? – perguntou com incredulidade, como se receasse que as palavras rebentassem na sua boca. – E com quem teria de me casar?

– Com uma mulher chamada Rose McCray. Talvez a conheça como Rose-Anitra de Montez. É veterinária em Yorkshire, mas também é a primeira na linha sucessória para o trono de Alp de Montez.

 

 

Seria capaz de se ir embora? Não achava possível, mas desde há dois dias, Rose sentia-se assediada pelas lembranças do seu marido. Não havia nenhum canto onde não estivesse presente.

Acordava e Max olhava para ela da fotografia que ocupava a mesa-de-cabeceira. Gladys tivera um ataque de histeria quando sugerira doar a roupa de Max, portanto cada vez que abria o armário encontrava as suas camisas e as suas calças. O casaco de Max continuava pendurado no bengaleiro da entrada, as suas botas continuavam sobre o banco do alpendre…

Rose sentira uma dor profunda e sincera com a morte do seu marido, mas começava a sentir-se incomodada com a sua lembrança. A sua vida decorria no meio de uma adoração permanente a Max. E tinham chegado ao extremo de lhe pedir que tivesse um filho dele.

Sentia-se tão atordoada que receava desmaiar, mas, no meio da sua confusão, uma verdade começava a emergir com clareza: as coisas não podiam continuar assim. Max morrera há dois anos. Se tivesse dinheiro, ela ter-se-ia mudado para uma casa própria, mas o seu salário servia para pagar a casa familiar e a clínica. Não podia ir-se embora. Não podia. A não ser que...

A proposta que a carta incluía era completamente desatinada, mas a situação em que ela se encontrava também era. Era o mais parecido com o canto de uma sereia. Alp de Montez... um país que adorava. Levantou a fotografia de Nikolai de Montez que acompanhava a carta. Era alto, magro, com traços mediterrâneos. Era espectacularmente bonito.

Na verdade, Rose pensou, enquanto lia a carta pela enésima vez, que era o tipo de homem oposto a Max. Depois, pô-la de parte. Não podia ser. Era impossível. A carta era uma loucura, oferecia-lhe uma saída de emergência sem garantias de que, do outro lado, as coisas fossem melhores.

Afinal de contas, estava na comunidade de Max e, por muito presa que se sentisse, o seu dever era permanecer. Se pelo menos esquecessem o bebé...

Voltou para a sala decidida a dizer o que pensava. Esperavam-na. Bob estava a servir um xerez.

– Estivemos a pensar no bebé – replicou Gladys, antes de ela conseguir falar, – e percebemos que tens de te apressar porque há esperma suficiente para teres mais do que um e, como já tens quase trinta anos... Se o primeiro não for rapaz, quereremos... – Gladys rectificou, – quererás ter outro. Já marcámos uma consulta com um especialista em Newcastle. Bob encontrou um substituto para amanhã.

– Obrigada – disse Rose desanimada, ao mesmo tempo que rejeitava o xerez.

Gladys sorriu com aprovação.

– Linda menina. Disse a Bob que era melhor não beberes.

– Não estou grávida.

– Mas estarás em breve.

– Não – replicou Rose, num tom de voz fraco. Depois, elevando o tom, continuou: – Não. Se não se importarem... – respirou fundo. – Fico contente por terem encontrado alguém que me substitua amanhã. Tenho de ir a Londres durante alguns dias. Recebi uma carta.

– Uma carta?

– Sim, uma carta registada. Chegou à clínica – explicou, sabendo perfeitamente que se a carta tivesse chegado a casa teria desaparecido. – Recordam que a minha família tinha vínculos com a realeza?

– Sim – respondeu Gladys, com uma atitude tensa.

– Parece que na semana passada veio alguém de Alp de Montez procurar-me e lhe disseram que eu me tinha ido embora.

– Eu... – Gladys olhou para Bob e, depois, para o chão. – Disse que tinha de te fazer uma proposta – resmungou, – e pensei que não te interessaria.

Rose assentiu. Duas propostas numa semana. A que tinha à sua frente fazia com que a outra fosse razoável.

Mas o que a ajudou a tomar a decisão definitiva foi o que Gladys dissera há alguns minutos. Mesmo que acedesse a ter um filho, o que verdadeiramente queria era um menino. E se tivesse um menino, transformar-se-ia na lembrança viva de Max. Não seria uma loucura tomar uma decisão baseada nesse desejo?

– Parece que precisam de mim – continuou, pensando em cada uma das suas palavras. – Quando li a carta pela primeira vez pensei que se tratava de uma loucura, mas agora não tenho assim tanta certeza. Pelo menos, não me parece uma loucura maior do que a vossa proposta. Em qualquer caso, tenho de descobrir de que se trata. Vou a Londres descobrir se herdei um trono.