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Editado por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2005 Brenda Streater

© 2015 Harlequin Ibérica, S.A.

Uma questão de interesse, n.º 699 - Maio 2015

Título original: Jared’s Counterfeit Fiancée

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em português em 2006

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-6951-6

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Prólogo

 

Jared Westmoreland levantou os olhos do documento que estivera a ler ao ouvir uma conversa mais exaltada do outro lado da porta do seu escritório.

Ouviu a sua secretária dizer:

– Espere um momento, senhora. Não pode entrar no escritório do senhor Westmoreland sem eu anunciá-la primeiro.

Depois, a porta abriu-se e surgiu uma mulher muito atraente mas muito irritada.

Os batimentos cardíacos de Jared aceleraram-se. Reprimiu o desejo que se apoderou dele ao vê-la contornar a sua secretária. Era uma mulher realmente deslumbrante. Nem a irritação lhe tirava a beleza. Jared lançou-lhe um olhar e reparou no seu cabelo castanho escuro encaracolado que lhe emoldurava o rosto com uma suave e perfeita pele cor de ébano. Tinha uns belos olhos castanhos, umas pestanas longas perfeitamente curvadas, uns lábios de fazerem crescer água na boca e umas maçãs do rosto redondas, com umas covinhas que a irritação não dissimulava. Um corpo brilhante, cheio de curvas, oculto por umas calças e uma camisa, rematava toda a sua beleza.

– Senhor Westmoreland, tentei detê-la, mas...

– Não há problema, Jeannie – disse Jared à sua secretária, que entrara a correr atrás daquela mulher.

– Quer que chame a segurança?

– Não, não me parece que seja necessário.

Jeannie Tillman, que trabalhava com ele há cinco anos, não pareceu lá muito convencida.

– Tem a certeza?

Jared olhou para a mulher que tinha à sua frente. Tinhas as mãos na cintura e observava-o.

– Sim, tenho a certeza.

Jeannie assentiu, com dúvidas, e voltou-se para sair, fechando a porta atrás de si.

Jared concentrou toda a sua atenção naquela bela desconhecida. Tinha a certeza de que não era uma cliente, ele jamais esquecia uma cara bonita. Na verdade, tinha a certeza de que nunca a tinha visto.

Dana Rollins deparou-se com o olhar de Jared Westmoreland e tentou dissimular a intensa reacção do seu corpo a ele. Tinha ouvido falar de Jared Westmoreland, o riquíssimo advogado de Atlanta. Mas agora que o via em pessoa, pela primeira vez, concluiu que tudo o que se dizia batia certo. Era, definitivamente, um homem de sonho tornado realidade: alto, elegante dos pés à cabeça, um corpo forte e sólido como uma rocha; a sua pele era da cor do café, tinha os olhos castanhos escuros, um queixo bem delineado, um nariz direito e o cabelo preto; as feições eram agradáveis e o seu rosto, no conjunto, era sensual.

Mas aquele não era o momento para prestar atenção à sensualidade do advogado. Estava ali por uma questão profissional e nada mais do que isso.

– Calculo que tenha um motivo para irromper desta maneira no meu escritório, menina...

– Rollins – disse ela. – E sim, tenho um motivo. Este! – exclamou, tirando um envelope da mala. Depois, estendeu-lho. – Recebi esta carta registada há menos de um hora, na qual o senhor pede que eu devolva o anel de noivado a Luther Cord. Tentei ligar-lhe, mas disseram-me que estava fora. Por isso, resolvi vir aqui pessoalmente para que mo possa explicar.

Jared pegou na carta e deu uma vista de olhos. Apercebeu-se, logo de seguida, do que se tratava.

Levantou o olhar e disse:

– Vejo que tem alguns problemas em devolver o anel, menina Rollins, não é verdade?

– Absolutamente. O Luther decidiu que não estava disposto a abandonar o estado civil de solteiro e resolveu cancelar o casamento com uma semana de antecedência. Para além da situação incómoda em que me deixou, com a humilhação que isso implica, tendo de explicar aos nossos amigos e devolver os presentes que tinham enviado, deixou-me com todas as despesas do casamento para pagar. E, como se não bastasse, ainda recebo esta carta do seu advogado!

Jared respirou fundo. Era evidente que aquela mulher ainda não se tinha apercebido de que Luther Cord lhe tinha feito um grande favor.

– Menina Rolins, aconselho-a a falar com o seu advogado para confirmar o que lhe vou dizer, mas o meu cliente tem todo o direito a pedir-lhe que devolva o anel de noivado. Um anel de noivado é um presente com uma condição. A condição é que o noivado conduza ao casamento. Portanto, se o noivado, e o compromisso que implica, é rompido, seja qual for a razão, é suposto que o anel seja devolvido, da mesma forma que são devolvidos os presentes de casamento – disse Jared.

Viu-a cruzar os braços e a sua irritação aumentar.

– Recuso-me a devolvê-lo. Por uma questão de princípio.

Jared abanou a cabeça, pensando que os princípios não tinham nada a ver com o que estava ali em causa.

– Lamentavelmente, menina Rollins, vai enfrentar uma batalha perdida a qual lhe pode custar muito dinheiro se resolver meter-se nela. Quer acrescentar mais umas quantas custas judiciais às despesas que já tem?

Sabia que a referência aos custos a faria reconsiderar. E como sabia que estava a reflectir na questão, arriscou a pressionar mais um pouco.

– Compreendo que esteja a passar por uma situação difícil, mas o meu conselho é que esqueça este assunto e siga em frente. É uma mulher bonita e tenho a certeza de que encontrará um homem digno de estar ao seu lado. É óbvio que Luther Cord não é esse homem. Talvez seja até uma sorte tê-lo descoberto a tempo.

Jared sabia que aquelas não eram as palavras que ela queria ouvir, mas queria ser o mais sincero que a sua posição lhe permitisse ser. Uma vez que Luther Cord era seu cliente, não podia dizer mais nada. De facto, já tinha dito mais do que deveria. Mas, por alguma razão, tinha vontade de a ajudar a deixar aquele sofrimento o mais rapidamente possível.

Passaram uns instantes e Dana não disse nada. Mas parecia estar a pensar no que lhe acabava de dizer.

De repente, viu-a tirar da mala uma pequena caixa cor de marfim, estendendo-lha depois.

Olhou para ele e disse:

– Agradeço-lhe o conselho. Mesmo sendo uma questão muito difícil de digerir, devolvo-lhe o anel.

Jared abriu a caixa e viu o deslumbrante anel de diamantes.

– Está a fazer o que é correcto, menina Rollins.

Ela assentiu e estendeu-lhe a mão para o cumprimentar.

– A última coisa de que preciso é endividar-me ainda mais. O Luther não o merece.

Ele estendeu-lhe a mão e agradou-lhe a forma como se encaixava na sua.

– Espero que tudo lhe corra bem – disse Jared, com sinceridade.

Dana sorriu, agradecida. Mesmo que não tenha gostado de ouvir o que ele lhe dissera, não podia deixar de estar agradecida pela sua sinceridade. Para ela, a compaixão e a amabilidade não eram duas características típicas dos advogados.

– Vai correr tudo bem. Sei que interrompi o seu trabalho, irrompendo desta maneira no seu escritório, e peço-lhe desculpa...

– Não me interrompeu – disse Jared, com suavidade. – E quanto ao meu conselho, considere-o um favor.

Dana sorriu.

– Obrigada. Talvez algum dia lho possa devolver.

Ao vê-la dar meia volta para abandonar o seu escritório, Jared pensou no quão sensual e feminina era aquela mulher.