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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2012 Natalie Anderson

© 2015 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

A cama errada, n.º 1267 - Setembro 2015

Título original: Waking Up in the Wrong Bed

Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença. As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-687-7109-0

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

Nalgum momento depois da meia-noite, Ellie deslizou pelos corredores do luxuoso hotel. O tapete fofo silenciou os rápidos passos dos seus pés descalços. O ar condicionado não conseguia apaziguar o calor que irradiava da sua pele. Tinha uma missão complacente pela frente e o champanhe e o impulso hedonista não deixavam espaço para a decência.

Desceu um andar pelas escadas, onde sabia que era o seu quarto... Contou as portas: uma, duas e três... e abriu a seguinte.

Mas o quarto estava vazio. Quase não havia lua naquela noite, mas viu que não estava ninguém deitado na cama. De facto, estava perfeitamente feita e a superfície parecia a cobertura de açúcar de um bolo.

Ellie sentiu uma profunda deceção. Tinha fome, mas não lhe apetecia cobertura de açúcar, mas sim algo muito mais carnoso onde pudesse fincar o dente. Estava há demasiado tempo sem se divertir. Por isso, inspirada por aquele fabuloso lugar, tinha decidido atirar-se de cabeça e aceitar o que Nathan andava há semanas a oferecer-lhe. Até àquele momento, tinha esquivado os seus convites porque não sabia se ele era ou não uma pessoa íntegra, mas, agora que estavam ali, naquele lugar tão bonito, já nada mais importava exceto o momento.

E, naquele momento, queria desfrutar de um homem que lhe prestasse atenção. Fisicamente. Num lugar tão bonito como aquele, a fantasia podia tornar-se realidade, não?

Sim. Agora que tinha reunido por fim a coragem necessária, não ia permitir que o destino a confundisse. A alegria de viver corria-lhe pelas veias, por isso voltou ao corredor. Se calhar, tinha contado mal ou, talvez, se tivesse enganado de lado do corredor. Virou-se e voltou a contar. Uma, duas e três. Virou com cuidado a maçaneta da quarta porta.

Ocupada.

Os sentidos assimilaram instantaneamente os sinais... respiração regular, suave e confiante e um ligeiro aroma a especiarias. Fechou a porta com cuidado. Deu dois ou três passos e tropeçou num sapato. Pelo tamanho, compreendeu que se tratava de uma bota masculina. Então, tinha acertado.

As cortinas estavam quase totalmente corridas, mas o ocupante do quarto tinha deixado uma fresta aberta. Se calhar, ele também gostava de ver o sol, a lua e as estrelas da cama. Ellie sorriu e pestanejou para se acostumar à penumbra. Sim, no centro da enorme cama havia uma silhueta deitada, precisamente no centro. O cabelo escuro contrastava com o lençol branco. Tinha o rosto virado e não se via a sua cara. Naquele momento, uma nuvem tapou a lua e o quarto ficou completamente imerso na escuridão.

Mas Ellie seguiu em frente e aproximou-se da cama, deixando-se levar pelo desejo.

– Olá, estás a dormir? – murmurou.

Que pergunta tão parva. Sabia perfeitamente que estava a dormir pela forma como respirava.

– Olá – insistiu pousando a palma da mão na cama e estendendo o braço para ele.

Tocou na sua pele. Estava quente.

Ellie afastou a mão. De repente, teve vergonha. Sentia o coração a bater-lhe aceleradamente e a adrenalina a correr-lhe pelo sangue, por isso respirou profundamente. Era a primeira vez na sua vida que tomava a iniciativa daquela maneira. Sentia a garganta bloqueada e não conseguia pensar em nada para dizer, mas a sensação, a tentação, levou-a a aproximar-se um pouco mais. Apesar de ter ficado com pele de galinha, sentia que estava a arder.

Ajoelhou-se à frente da cama e comprovou que, quanto mais perto estava dele, mais atrevida se tornava. Foi aproximando a mão lentamente em direção ao corpo que ocupava o colchão. Chegou com as pontas dos dedos ao ponto em que a temperatura começava a mudar, passando da frescura do algodão dos lençóis ao calor da pele humana. Fazendo um último esforço, acariciou-lhe os pelos.

Ellie sentiu que até a última célula do seu corpo ficava excitava. Surpreendeu-a que aquele simples contacto pudesse transmitir-lhe tanto prazer. Claro que podia ser porque tudo aquilo era muito arriscado e ela sempre tinha tido muito medo de correr riscos, por isso, naquele momento, estava muito excitada.

Não se tinham beijado sequer. Tinham-se limitado a falar e a sugerir-lhe que passassem um bom bocado juntos e tornar o trabalho mais ligeiro porque, ultimamente, tinham tido muito trabalho e muito aborrecido, demasiada papelada. Tinha esperado por aquele fim de semana com vontade e com a esperança de divertir-se muito, e divertir-se era mesmo o que lhe ia acontecer se corresse tudo como ela queria.

Sob a pele quente, Ellie descobriu uns músculos fortes e bem formados que a surpreenderam. Como é que ela ia imaginar que aqueles seus fatos tão sérios escondiam um corpo tão bem feito? Levou uma mão ao peito e outra ao abdómen, retirou o lençol e procurou.

Estava completamente nu.

Ótimo!

Estava tão abstraída na exploração que demorou uns segundos em aperceber-se da mudança que se tinha dado nele. Depois, sentiu a reação dos seus músculos, respondendo às suas carícias.

Sentiu-os estimulados.

Animada por aqueles sinais, prosseguiu a exploração mais para baixo. Excitou-se ainda mais ao comprovar quão excitado estava ele. Inclinou-se sobre ele e começou a beijá-lo pela coxa. Sentiu as suas mãos e os seus dedos a perderem-se entre os seus cabelos e soube que ele estava acordado.

Ellie ajoelhou-se no colchão e sentou-se de cócoras em cima dele.

– Oh, sim – murmurou ele.

A sua voz pareceu-lhe esquisita e ela atribuiu isso ao facto de ele ter acabado de acordar.

– Sim – riu-se Ellie sentindo que o coração lhe batia aceleradamente perante o seu próprio atrevimento e o bom acolhimento que estava a ter. – Gostas?

– Oh, sim – repetiu ele.

Ellie ouviu-o a resfolegar e sentiu as suas mãos nas ancas. Acariciou-a delicadamente e com firmeza ao mesmo tempo. Era evidente que queria que ela ficasse onde estava.

Ellie fechou os olhos e apalpou-o... apalpou o seu membro grande e quente. Sentiu-se a mulher mais sensual do mundo. Ter-se atrevido a fazer uma coisa daquelas e ver-se recompensada daquela maneira era mais do que ela tinha sonhado.

Tinha sido sempre muito tímida sexualmente falando. Sempre tinha sido prudente, sempre tinha tido medo de não fazer bem as coisas ou de não estar à altura das circunstâncias.

Naquele momento, no entanto, nada daquilo importava. Sentia-se gloriosa. Cheirava a uma mistura de limão do seu champô e a especiarias dele. Devia ter mudado de loção para a barba. Se calhar era o gel do hotel. Tinha de ver qual era a marca porque estava a gostar muito.

Ellie voltou a deixar-se cair para a frente e lambeu um dos mamilos. Enquanto o fazia, acariciou-lhe a barriga e descobriu que ele tinha uns abdominais muito duros. Bom, tudo nele estava duro naqueles momentos.

Ele empurrou-a pelos ombros para que ela se voltasse a sentar e acariciou-lhe os peitos. A seguir, fez tenção de tirar-lhe a roupa, por isso Ellie levantou os braços para lhe tornar a vida mais fácil. Rapidamente sentiu as suas mãos nas nalgas, agarrando-as como se fossem suas. Gostou daquilo. Também estava a gostar da parte de anatomia masculina que tinha entre as mãos. Ele chupou-lhe os peitos e Ellie ficou maravilhada com a rapidez e como ela estava a chegar ao orgasmo.

Então, lembrou-se do que tinha levado e apercebeu-se que tinha chegado o momento de utilizá-lo, por isso abriu a embalagem e tentou pô-lo.

– Vais ter que me ajudar – ofegou ao comprovar que ela sozinha não podia fazer com que o látex escorregasse para baixo.

Ele pôs-se para trás e retirou-lho das mãos. Ellie aproveitou para seguir o rasto dos seus dedos com a boca, fazendo-o praguejar de prazer.

Ellie riu-se encantada e perdeu toda a sua inibição. Estava muito excitada. Pelos vistos, ele também. Tinha a ereção na sua barriga, por isso Ellie sentou-se deixando a entrada da vagina sobre a base do seu membro. Sentia os seus testículos, duros e apertados, por baixo das nalgas. Brincou dando-lhe beijos muito íntimos com os lábios vaginais. Senti-lo assim tão duro era tão delicioso que não conseguiu evitar esfregar-se um pouco, o que não fez senão aumentar o prazer. Oh, sim, agora sim, estava a ser um encontro carnal, um encontro completamente louco. Nunca tinha tido um encontro tão rápido, apaixonado e satisfatório.

Ele estendeu um braço e abriu passagem por entre os seus corpos para masturbá-la. Endireitou-se para lhe chupar os peitos de novo enquanto desenhava círculos com a ponta do polegar no clítoris molhado.

De repente, Ellie empurrou-o para trás.

– Eu também quero fazer isso! – anunciou agarrando na sua ereção com uma mão e metendo-a no seu corpo. Abafou um grito ao fazê-lo e abraçou-o com os músculos internos. Ouviu-o a gritar e sorriu ao vê-lo tão entregado como ela. Arqueou-se contra ela murmurando palavras que Ellie não chegou a compreender.

Pôs-lhe as mãos nos braços para apoiar-se e começou a cavalgá-lo. Sentia-se tão cheia de energia, que o cavalgou uma e outra vez, a galope. Era maravilhoso ter um animal tão grande e tão forte debaixo dela, dominá-lo, desfrutá-lo. Oh, sim, aquilo estava a ser perfeito, a experiência de prazer intenso de que ela andava à procura.

Ele pôs-lhe as mãos sobre os peitos e, dali, deslizou-as pela cintura e aferrou-se às suas ancas. Agarrou-a com força, com a mesma força com que Ellie se estava a agarrar aos seus bíceps. De repente, investiu, o que a fez gritar de prazer, encantada com a sua vontade de se encontrarem para ver quem era o mais forte naquele duelo de prazer para dois.

– Que bom, que bom, a melhor experiência da minha vida – ofegou Ellie, deixando-se ir uns segundos depois.

Ele não demorou muito em acompanhá-la.

 

 

Ouvia a sua própria respiração, forte e entrecortada. Sentia-se muito bem. Se tivesse tido energia suficiente, ter-se-ia rido, mas não conseguia. Estava suada dos pés à cabeça e tinha sono. Naquele momento, ouviu passos e risos por baixo da janela e perguntou a si mesma se alguém os teria ouvido.

Aquilo devolveu-a de repente ao mundo real. Não tinha pensado no dia seguinte, mas decidiu que aquilo não mudava de forma alguma a sua relação, continuariam a ser colegas de trabalho. Sabia que ele se metia com todas as mulheres com quem se cruzava e que o que acabava de ocorrer entre eles não significaria nada, portanto também não podia significar nada para ela.

Ellie rezou para que o seu companheiro de cama soubesse manter a boca fechada porque, apesar de ser muito normal no setor profissional em que trabalhavam que os colegas tivessem aventuras de vez em quando, era a primeira vez que ela o fazia e não queria falatórios.

Afastou-se com intenção de voltar ao seu quarto, mas ele agarrou-a.

– Fica – disse com voz sonolenta.

Tinha sido quase uma ordem e ele estava a agarrá-la com força, por isso era impossível escapar e, além disso, não queria escapar. A situação estava a tornar-se irresistível. Não tinha contado com aquilo, mas deixou-se levar e permitiu que ele a abraçasse pelas costas, que lhe passasse uma perna por cima da cintura e que ambos se deixassem levar pelo sono.

 

 

Horas depois, acordou sentindo que o seu coração batia aceleradamente e que tinha muito calor. Estava a ter um sonho maravilhoso e não queria abrir os olhos. Na fantasia, estava aprisionada entre os braços de um homem bonito e forte... cuja anatomia era especialmente forte num lugar muito específico.

Uma mão atrevida estava a explorar-lhe o baixo-ventre. A tentação de ceder e de pôr as ancas para trás para convidá-lo a continuar era irresistível, por isso apertou-se contra ele apesar de lhe doer o corpo todo.

Naquele momento, a recordação do que tinha sucedido umas horas antes apropriou-se dela e fê-la virar-se bruscamente para ele.

– Bom dia – cumprimentou-a uma voz que não era a que ela esperava ouvir.

Ellie deu de caras com uns olhos castanhos em vez de uns olhos verdes, que era o que ela esperava.

– Oh, meu Deus! – exclamou endireitando-se na cama.

Ao fazê-lo, prendeu-lhe a mão entre as pernas, mas não se apercebeu.

– Quem és tu? – gritou-lhe tapando-se com o lençol até ao queixo.