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Editados por HARLEQUIN IBÉRICA, S.A.

© 2011 Olivia Gates. Todos os direitos reservados.

LUGAR PARA DOIS, N.º 1043 - Janeiro 2012

Título original: The Sarantos Secret Baby

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

Publicado em portugués em 2012

Todos os direitos, incluindo os de reprodução total ou parcial, são reservados. Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Enterprises II BV.

Todas as personagens deste livro são fictícias. Qualquer semelhança com alguma pessoa, viva ou morta, é pura coincidência.

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I.S.B.N.: 978-84-9010-634-1

Editor responsável: Luis Pugni

ePub: Publidisa

Capítulo Um

O diabo tinha marcado presença no funeral do pai dela.

Embora Selene Louvardis sempre tivesse ouvido dizer que apelidar Aristedes Sarantos de diabo era um insulto para o próprio diabo.

Aristedes Sarantos. Um zé-ninguém que tinha saído dos cais de Creta para se tornar num gigante da navegação conhecido no mundo inteiro. Alguém de quem se falava com admiração, uma presença desejada e temida por todos.

Por todos, exceto pelo pai dela.

Durante uma década, desde que ela tinha dezasseis anos, não tinha passado uma única semana em que não houvesse uma guerra entre o pai e Aristedes Sarantos, o homem de quem Hektor Louvardis tinha dito uma vez que deveria ter sido o seu maior aliado, mas que se tinha convertido no seu pior inimigo. Não obstante, a guerra tinha acabado porque o pai dela tinha morrido. E se os seus irmãos não esqueciam as suas desavenças, Aristedes Sarantos em breve tomaria conta da empresa que Hektor tinha erguido e que eles tinham feito crescer antes de cada um começar a ir para o seu lado. Se os irmãos dela não chegassem a um acordo, Aristedes ficaria com tudo.

Portanto foi uma surpresa para ela vê-lo no funeral. Estava a uma certa distância, dominando aquela manhã de Setembro em Nova Iorque, com as abas do seu casaco preto a moverem-se ao vento, dando-lhe um aspeto de corvo gigante… ou de alma condenada. E não lhe pareceu estranho quando alguém lhe disse que tinha ido ao funeral para levar a alma do pai.

Selene tinha pensado em ir-se embora depois do funeral, mas tinha seguido o cortejo fúnebre até à mansão familiar e, durante uns instantes, ficou à porta, a contemplar o cenário como um general a estudar o campo de batalha antes do ataque.

Selene conteve a respiração ao vê-lo a abrir passagem entre as pessoas. À parte dos seus irmãos, que eram da mesma altura, a imagem de todos os outros esbatia-se em comparação com a daquele homem.

Os irmãos dela eram homens muito elegantes e Selene tinha ouvido uma interminável lista de mulheres a dizer que eram irresistíveis, mas não tinham nem a influência de Sarantos, nem o seu carisma, nem essa aura de poder.

E sentia-o naquele momento, envolvendo-a em ondas sedutoras e esmagadoras.

Contudo, os seus irmãos ficaram imóveis, olhando-o com uma década de animosidade. E Selene temia que Damon, o mais jovem, tentasse expulsá-lo dali. Ou qualquer coisa pior. De facto, estava farta de todos eles.

Era irrelevante se odiavam ou não Sarantos.Por respeito ao pai, deveriam ter feito o que ele fez. Além disso, Hektor Louvardis não tinha tratado ninguém, nem sequer Sarantos, o seu pior inimigo, com tamanha descortesia.

Quando ia a dizer a Nikolas, o irmão mais velho, que agisse como o novo patriarca da família e aceitasse os seus pêsames educadamente, apercebeu-se que Aristedes Santos estava a olhar para ela, com aquele olhar de aço a tomá-la como prisioneira.

Não podia respirar ao vê-lo aproximar-se com um andar seguro, afastando todos aqueles que se interpunham entre os dois, enquanto os membros do cortejo observavam a cena, cheios de curiosidade.

Então Sarantos parou em frente a ela, fazendo com que ela se sentisse pequena e frágil quando não era nenhuma das duas coisas.

Media um metro e oitenta com saltos altos, mas ainda assim sentia-se minúscula ao lado dele. Não sabia que era tão imponente, tão incrível. E nem sequer era bonito. Não, dizer que aquele homem era bonito seria um insulto. Era… único. Um exemplo de virilidade. E ela sabia que esse aspeto exterior tão formidável escondia um cérebro incrível.

Aristedes Sarantos não era só um homem incrivelmente atraente, mas alguém que provocava nela uma reação que não podia controlar.

Que péssimo momento para recordar uma paixão juvenil que tinha sentido desde a primeira vez que o vira! Mas cedo se apercebeu que era impossível, não só por ser o inimigo jurado da família, como também por não ter nenhum interesse pelos outros.

Não obstante, tinha alimentado o seu fascínio, espiando-o sempre que era possível.

Mas nunca tinha olhado para ele com tamanha concentração e, ao perto, podia ver que os seus olhos eram como aço, tão cinzentos e frios…

« Para de pensar como se fosses uma adolescente que encontrou uma estrela de cinema. Diz qualquer coisa».

Selene limpou a garganta.

– Obrigada por ter vindo, Senhor Sarantos –cumprimentou-o, estendendo-lhe a mão.

Ela não respondeu, nem lhe segurou na mão. Simplesmente, olhou para ela até que Selene se apercebeu que, na realidade, não estava a vê-la.

– Sinto muito que o Hektor já não esteja entre nós.

A sua voz, rouca, obscura, parecia vibrar no interior de Selene. Mas foram as suas palavras que a surpreenderam. Não tinha dito «os meus pêsames pela morte do seu pai», a frase mais repetida durante as últimas horas. Não estava ali para dar as condolências à família.

Aristedes Sarantos estava ali por ele próprio. Lamentava que o pai dela tivesse partido e Selene percebia porquê.

– Vai ter saudades de discutir com ele, não é?

– O Hektor tornava a minha vida… interessante. Vou ter saudades disso.

Novamente, falava do que a morte do pai dela significava para ele. A sua sinceridade, a recusa de se submeter às leis do decoro e das boas maneiras, deixaram-na sem respiração. E, de certa forma, isso libertou-a para admitir o seu próprio egoísmo.

Um dia, provavelmente pensaria na morte do pai lamentando que tivesse partido aos sessenta e seis anos, sendo um homem tão forte. Mas, por agora, só podia pensar nela própria, no vazio que a ausência dele deixava.

– Ele ensinou-me muitas coisas – disse-lhe em voz baixa. – Terei saudades de todas elas.

– Não estava doente.

Não era uma pergunta, mas sim uma afirmação e Selene aquiesceu com a cabeça. Não parecia doente, mas o seu pai jamais admitia uma debilidade, um problema, pelo que tinha escondido esse facto de toda a gente.

– E morreu ontem, depois das onze.

Tinham-no encontrado morto no seu escritório às 12:30, mas Selene não sabia como é que Sarantos tinha averiguado a história.

– Às nove – prosseguiu ele – o diretor do meu gabinete jurídico estava a falar com o diretor do gabinete jurídico do seu pai sobre o contrato britânico.

– Eu sei.

Selene sabia-o porque ela era a diretora do gabinete jurídico da companhia naval Louvardis. Tinha sido com ela com quem tinha falado e foi ela quem mais tarde disse ao pai, por telefone, os termos do contrato: blindado, restrito, implacável e, na opinião dela, justo e prático.

– O Hektor telefonou-me às onze – disse Sarantos. E Selene ficou surpreendida pela forma como ele pronunciava o nome do pai dela, como se fosse um amigo. – Discutiu comigo e, uma hora depois, estava morto.

Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, Aristedes Sarantos virou as costas para sair de casa.

Teria ido ao funeral para lhe dizer que tinha sido ele quem tinha provocado a morte do pai dela? Porquê?

Mas quando é que alguém iria conseguir perceber as atitudes daquele homem?

Em vez de ir a correr atrás dele para lhe exigir uma explicação, Selene teve de sofrer um inferno de frustração e especulações até que, finalmente, horas depois, toda a gente se compadeceu e deixou a família a sós.

Tinha de se ir embora dali, pensou. Provavelmente, para sempre. Talvez então chegassem as lágrimas, aliviando a pressão que se tinha acumulado dentro dela.

Estava a atravessar o portão da casa quando o viu.

Tinha caído a noite e não havia muita luz, mas reconheceu-o imediatamente.

Ali estava Aristedes Sarantos, do outro lado da rua, a olhar para a casa como uma sentinela. E o coração de Selene acelerou-se de curiosidade, de emoção.

Porque é que continuava ali?

Decidida a perguntar, parou ao lado dele.

– Quer que o leve a algum sítio?

Ele encolheu os ombros.

– Estava a pensar em ir a pé até ao hotel.

Selene abriu a porta do lado do passageiro.

– Entre.

Ele olhou para ela em silêncio durante segundos e depois entrou no carro, dobrando o corpo atlético como um leopardo para se sentar ao lado dela.

Ela ficou sem respiração. Sabia que devia perguntar-lhe em que hotel é que estava hospedado, arrancar com o carro, fazer qualquer coisa. Mas não podia. Tê-lo tão próximo impedia-a de pensar.

«Concentra-te, és uma advogada de prestígio e uma empresária de vinte e oito anos, não uma adolescente desvairada».

Ele deu-lhe o nome do hotel e depois voltou a ficar em silêncio.

Antes daquele dia, tinha pensado que Aristedes Sarantos não tinha sentimentos, mas talvez não fosse exatamente assim.

Vinte minutos depois, parou o carro em frente ao hotel no qual toda a gente sabia que ele se hospedava quando estava em Nova Iorque. Aquele homem podia comprar um país inteiro, mas não tinha casa.

Aristedes abriu a porta do carro e, quando pensava que se ia embora sem dizer adeus, voltou-se para ela. Nos seus olhos havia um brilho que a perturbou, algo escuro e terrível.

– Vemo-nos no campo de batalha.

Não voltaria a vê-lo, a não ser como inimigo, mas antes de voltar para a batalha tinha de saber…

– Está bem? – perguntou-lhe.

– E você?

Selene tentou levar ar aos seus pulmões.

– O que é que acha?

– Interrogar-me não a fará sentir-se melhor.

– Sou assim tão transparente?

– Neste momento, sim. O que é que quer saber?

– Aqui?

– Se quiser… ou podia subir até ao meu quarto.

Ao quarto dele.

Selene mordeu os lábios para dissimular, mas estava a tremer de alto a baixo.

– Quando é que foi a última vez que comeste? – perguntou-lhe Sarantos, tratando-a por tu pela primeira vez.

Ah! Claro, pensou Selene. O seu nervosismo era devido à falta de comida, tinha de ser por isso.

– Ontem de manhã.

– Então já somos dois. Vamos comer qualquer coisa.

Aristedes levou-a à sua suite, pediu um cordon bleu e incentivou-a a comer. Era surreal estar com Aristedes Sarantos ao lado, preocupado com ela. E mais estranho ainda era estar na suite dele, mas sem se sentir ameaçada. Não sabia se ficar satisfeita por ver que era um cavalheiro, ou sentir-se dececionada.

Depois de jantar, levou-a à sala da suite, onde lhe serviu um chá de ervas. Não falaram muito durante o jantar; ela estava nervosa, ele pensativo.

Aristedes ficou em frente a ela, com as mãos nos bolsos das calças.

– Tínhamos tido muitas discussões – começou por dizer, – mas a última foi diferente. Não parecia ele.

Estava a falar do pai dela, pensou Selene. Porque é que tinha ido ao funeral? Sentir-se-ia culpado? O pai dela dizia que Aristedes Sarantos era desumano…

– Achas que o pressionaste demasiado? Sentes-te responsável pela morte dele?

Aristedes negou com a cabeça.

– Creio que ele se pressionava demasiado a ele próprio só pelo desejo de não me deixar ganhar; ou, pelo menos, não deixar que eu ganhasse sem me castigar por isso.

– E sentes-te responsável.

Ele não refutou essa afirmação.

– Nunca compreendi a nossa inimizade. Não éramos rivais, trabalhávamos em áreas complementares e deveríamos ter sido aliados.

– O meu pai disse-me isso uma vez.

Esse facto era completamente novo para ele. E muito desconcertante.

– Mas desprezava tanto as minhas origens ao ponto de nem sequer me apertar a mão.

– Não, isso não é verdade. O meu pai não era arrogante – replicou ela.

Aristedes encolheu os ombros.

– Certamente que não o consideraria arrogância. Há coisas que estão firmemente vincadas na personalidade grega, mas tu não consegues saber o que é porque não nasceste lá.

– Talvez eu seja mais norte-americana que grega, mas o meu pai era grego dos pés à cabeça. Eu conhecia-o bem.

– Ah, sim?

– Eu era a sua única filha, a sua protegida e, portanto, a sua sócia.

– E uma digna guerreira das suas tropas. Foi preciso muito esforço para conseguir escapar às armadilhas que me lançaste na última negociação.

Selene estava convencida que o tinha agarrado pelo pescoço, mas não pensou que isso o podia ter preocupado. Aristedes Sarantos não era homem para se preocupar com qualquer coisa.

– Mas afinal conseguiste escapar – disse-lhe, recordando quão emocionante tinha sido, como se tinha esforçado por continuar a colocar-lhe obstáculos.

Ele esboçou um sorriso.

– Embora não tenha sido fácil.

Tinha sido muito emocionante debater-se com ele, mesmo que fosse apenas um duelo jurídico. Tinha ganho tantas vezes como perdido… até esta última vez, quando pensou que Aristedes já a tinha topado e que seria impossível derrotá-lo outra vez.

Ele pousou a chávena em cima da mesa e aproximou-se, com esse caminhar tão varonil e parou quando os seus joelhos estavam prestes a roçar-se.

E o olhar que lhe lançou fez com que ela quase caísse no sofá, um olhar ardente de admiração, de desafio.

– És uma grande advogada, a que me colocou mais dificuldades. E já me custaste muito dinheiro, mas eu acabarei sempre por ganhar.

– Ah! Sim?

– Tenho mais dez anos do que tu e um século a mais de experiência. Ao contrário de ti, eu estudei Direito por uma única razão: para aprender a jogar sujo e parecer limpo.

Ela olhou para ele, surpreendida.

– E não percebes a animosidade do meu pai.

– Devíamos ter sido sócios e amigos, eu completava-o.

– A tua visão dos negócios era diametralmente oposta à dele.

– E por isso eu estava enganado e ele não?

– Não, não disse isso. Tu procuras o sucesso a qualquer preço…

– O mundo dos negócios é assim.

– Sim, mas tu fazes com que a frase «o negócio é o negócio» seja um modus operandi. O meu pai não era assim.

– Não.

Depois de um resignado monossílabo, Aristedes ficou calado durante um longo momento. E quando o silêncio ficou demasiado pesado, demasiado doloroso, Selene decidiu rompê-lo.

– Soube o que aconteceu ao teu irmão.

O irmão de Aristedes tinha morrido num acidente de automóvel cinco anos antes, mas não lhe tinha parecido adequado que a filha do seu inimigo fosse ao funeral.

Ele sentou-se ao lado dela, com a perna a roçar na sua.

– Vais dizer que também lamentas que ele tenha partido?

– Lamento a morte de alguém tão novo, mas não tinha nenhum contacto com ele. Não o mesmo contacto que tu tinhas com o meu pai – disse Selene. – Só estou a tentar ser tão sincera como tu.

Aristedes olhou-a nos olhos durante uns segundos agitados e, de repente, segurou-a pela cintura. Selene deixou escapar um gemido de surpresa quando ele se apoderou da boca dela, dos seus lábios exigentes, húmidos, a língua dele a dar-lhe prazer e roubando-lhe ao mesmo tempo a sensatez.

Foi como se tivessem aberto uma comporta. As mãos de Aristedes uniram-se e foram ao ataque, deslizando pelo corpo dela, sem parar e sem deixar que ela pudesse respirar até que a apertou contra ele, sem saber o que lhe oferecer mais, além da sua rendição.

Sentia uma pressão no peito, nas pernas, atrás dos olhos, enquanto a agarrava pelos braços. Mas ele puxou-lhe a blusa para fora das calças e começou a acariciá-la. As mãos dele eram como lava contra a pele ardente dela.

– Por favor…

Aristedes abriu os olhos e neles havia um inferno. Tudo nele a incitava a aproximar-se mais. Precisava de qualquer coisa… não sabia o quê.

O que é que estaria a fazer? Aquele homem era Aristedes Sarantos, o inimigo da família, o seu inimigo.

– Diz que não – murmurou ele, enquanto lhe beijava o pescoço. – Diz-me que pare. Se não me pedires para parar, continuarei.

– Não posso…

– Então, diz-me para parar. Diz… – de repente, Aristedes afastou-se. – Theos, tenho de parar, tens de te ir embora. Não tenho preservativos.

Ela teve de dissimular a sua deceção. Mas não podia deixar que ele parasse, não poderia aguentar.

– Eu sou saudável e é a melhor altura do mês para mim… – começou por dizer. Só tinha dormido com um homem, Steve, mas qualquer pessoa que a ouvisse pensaria que ela estava habituada a este tipo de encontros casuais.

Contudo, isso não lhe importava. Queria que acontecesse, desejava-o, sentia que se desintegraria se não…

– Eu também sou saudável – Aristedes pôs-se em cima dela, dando-lhe o que ela precisava, com a força e urgência que necessitava.

Puxou-lhe a roupa, rugindo como um predador cada vez que deixava um centímetro de pele nua, uns rugidos que começaram a tornar-se impacientes quando a braguilha das calças ficou presa.

– Saias, kala mou, deverias usar saias…

Selene não usava saias desde o liceu, mas usaria o que ele quisesse se conseguisse que ele ficasse sempre louco de desejo.

Quando finalmente conseguiu tirar-lhe as calças e capturar-lhe as pernas com as suas poderosas mãos, abriu-as e pressionou-se contra o centro húmido dela.

Selene gritou. Um grito de antecipação, de ansiedade.

Se naquele momento sentia que o coração saltava do peito, o que é que sentiria quando ele continuasse, quando ele a fizesse sua?

Aristedes pôs-se de joelhos entre as pernas dela, cravando os dentes na trémula carne e deixando marcas que se evaporaram imediatamente. Não obstante, Selene sentia que a tinham marcado para sempre.

– Linda, perfeita… – murmurou, enquanto puxava as suas cuequinhas. Sem lhe dar oportunidade para dizer uma única palavra, Aristedes abriu os seus lábios com os dedos e ela gritou. E voltou a fazê-lo antes de lhe tocar pela primeira vez com a boca. E a seguir outra vez, e outra vez, enquanto lambia e sugava a sua húmida gruta, rugindo de prazer.

Mas ainda desejava mais, desejava ir até ao fim com ele.

– Contigo, por favor… contigo a preencher-me… Ele murmurou qualquer coisa incoerente, como se a descrição se estivesse a derrubar. Então, libertou-se das calças apressadamente para colocar as pernas dela à volta da sua cintura, banhando-se num rio de lava enquanto a acariciava de cima para baixo com o seu aço de veludo.

E depois, com uma forte investida, perdeu-se dentro dela.

Selene deixou de ver, de ouvir, só estava ela e a sua necessidade de ter tudo, de deixar que ele invadisse o seu corpo e alma.

E ele assim o fez, investindo uma e outra vez, levando-a mais além do limite, para além dela própria.

Quando finalmente abriu os olhos, viu nos olhos de Aristedes a mesma loucura que se tinha apoderado dela. E suplicou-lhe mais e mais, e que nunca mais parasse.

As súplicas transformaram-se em gritos quando o prazer a dominou por completo. Aristedes, trémulo como ela, caiu sobre o peito de Selene, gemendo.

Não sentiu nada durante um momento que lhe pareceu uma eternidade.

Só por estar com ele naquele momento de total intimidade, sentiu espasmos enquanto derramava a sua essência interior.

Então, subitamente, Selene sentiu a cara a arder.

O que é que tinha feito?

Aquilo deveria ser uma fantasia, um sonho. Tinha querido encontrar alívio nos braços do único homem que podia fazer com que ela esquecesse a morte do pai…

Mas era real.

Tinha feito amor com Aristedes Sarantos.

E queria mais.

Ainda a tremer, e com a ereção dele ainda dentro dela, o seu corpo pedia mais.