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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 1998 Sara Orwig

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Laços de conveniência, n.º 367 - maio 2018

Título original: The Cowboy’s Seductive Proposal

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-336-4

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Capítulo Onze

Capítulo Doze

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Mais quinze minutos de paz. Faith Kolanko olhou para o relógio e suspirou. Podia aproveitar um pouco mais o seu horário de almoço antes de voltar para a correria do escritório da Graphic Design. Eram os seus únicos momentos de solidão durante a jornada de trabalho.

Mesmo num dia de calor como aquele, ela adorava aquela parte escondida do parque Harrington, na região central de Tulsa. Além da parede de tijolos, uma cerca bastante alta de heras rodeava o sítio onde se encontrava.

– Ah, querida, está um lindo dia, não está?

Atrás das heras, uma deliciosa voz flutuava pelo ar. Imaginando que o casal ir-se-ia logo embora, Faith não deu muita atenção aos murmúrios. Ainda tinha alguns momentos de tranquilidade.

Não queria voltar para o escritório antes de terminar o seu horário de almoço. Tinha trabalhado até às dez horas da noite na véspera e começado a trabalhar às seis da manhã. Precisava de um pouco de sossego, antes de voltar para o escritório.

Os arbustos farfalhavam e uns barulhos atrás da hera chamaram a sua atenção outra vez. Notou que estendiam uma colcha e depois ouviu uma lata a ser aberta.

– Deita-te aqui, querida, e olha para o céu azul. Tu acreditas neste dia lindo?

Faith suspirou. A sua solidão tinha de acabar. Fechou a revista, limpou as migalhas da saia azul e alisou a blusa branca. Parecia que o casal do outro lado dos arbustos ficaria ali durante algum tempo.

– Meu amor, eu amo-te tanto!

Faith franziu as sobrancelhas ao ouvir o tom de voz cada vez mais terno e os murmúrios e sussurros. A única maneira de sair do seu recanto era por um caminho que passava mesmo ao lado do casal de namorados. Ela rezou para que eles resolvessem partir, mas parecia que estavam bastante à-vontade.

– Eu amo-te.

Ouviram-se beijos. Faith nem sequer queria imaginar o que estava a acontecer, mas, se a mulher começasse a gemer de prazer, não iria ficar sentada, quieta. Será que não sabiam que havia mais pessoas no parque?

Era evidente que não se incomodavam, pois os ruídos aumentavam cada vez mais.

Faith consultou de novo o relógio. Mais nove minutos. Era bem provável que nem notassem por ela a passar. E talvez não lhe dessem importância se notassem.

– Querida, espera um segundo – disse o homem. – Vamos tirar o vestido. Tens uns olhos azuis fantásticos. Mas que belas pestanas tu tens! És o meu doce de coco, sabias?

O que é que faria um casal de adultos falar como se fossem bebés?

O homem calou-se. Determinados sons fizeram Faith corar. Não queria ficar ali à escuta, mas também não tinha a menor intenção de passar por eles. Mas, para sair do seu esconderijo, a única maneira era enfrentar aquela situação constrangedora.

Olhou para a parede de tijolos e pensou na possibilidade de a trepar. No entanto, ao imaginar-se a subi-la de saia justa, mudou de ideias no mesmo instante.

Outra possibilidade para se esquivar do casal seria escalar pelas heras, mas não poderia chegar ao escritório com as roupas e o cabelo cheios de ramos e folhas.

Olhou para o relógio mais uma vez. Sabia que alguns casais faziam amor no parque, mas ela tinha preferido considerar os rumores como frívolos. Costumava encontrar apenas pessoas a passear, ou a descansar.

Sete minutos. Os balbucios e gemidos fizeram-na enrubescer ainda mais. Não sabia que atitude é que deveria tomar. Estariam nus?

Quantas vezes é que a sua amiga Leah a tinha advertido, dizendo-lhe que ficava muito isolada ali? Da próxima vez, dar-lhe-ia ouvidos.

– Ah, minha linda, eu amo-te! – mais beijos e gemidos. – Hum, hum… Mais um pouquinho…

– Meu Deus do céu! – Faith constatou que só tinha mais cinco minutos.

Mordeu os lábios e franziu a testa. Se passasse a correr, talvez eles nem percebessem. Mas será que conseguiria passar sem olhar para eles?

– Ah, meu Deus! Ah, querida!

Faith queria gritar e informá-los de que estavam num lugar público e que poderiam ser presos por estarem a comportar-se daquele modo.

«Vão para um quarto, ora bolas!»

– Querida, o que é que se passa?

No meio da irritação, Faith percebeu que havia uma pontada de terror na voz do homem. A mulher parecia estar engasgada. Ou a ter algum tipo de ataque.

– Jesus! O que é que eu fiz? E agora? Merry, estás a conseguir respirar? Pelo amor de Deus, alguém me ajude!

Faith tinha frequentado um curso de primeiros socorros. Não podia ficar quieta e ignorar o facto de alguém estar mal, pelo que se levantou, preparada para encarar os amantes, e atravessou os arbustos, espalhando pétalas brancas como uma chuva na Primavera.

Ao aparecer do meio das folhas, arregalou os olhos ao deparar-se com um homem ajoelhado, sem camisa. A luz do sol iluminava os seus ombros bronzeados, que brilhavam com uma leve camada de suor. O peito musculoso, nu, terminava numa cintura fina.

Por um breve instante, eles ficaram a encarar-se, mas Faith viu logo nos braços dele um bebé engasgado.

«Um bebé!» Uma linda menina.

– Ela está engasgada! – disse o desconhecido, mas Faith não precisava de explicações; a tosse e a falta de fôlego evidenciavam o sofrimento da criança.

Faith reagiu por instinto e, com a experiência de ter lidado com os irmãos e os primos, tirou o bebé dos braços do rapaz e virou-o de bruços. Com a mão livre, deu uma pamadinha na omoplata da menina. Na segunda vez, saiu qualquer coisa da boca dela.

O bebé ofegou e gritou.

Em pé, Faith colocou-a no seu ombro e acariciou-lhe as costas, enquanto lhe falava com ternura.

– Obrigado! Eu nem sei como lhe hei-de agradecer. Muito obrigado! Acho que há anos que eu não apanhava um susto tão grande.

– O que é que ela comeu?

– Banana.

– Mas é muito nova para comer banana, a não ser que esteja bem amassada. Você deu-lhe a fruta inteira?

– Não, mas um bocado grande.

– É uma menina muito bonita.

– Você tem muito jeito para bebés.

– Não poderia ser diferente.

– Porquê?

– Cresci no meio de três irmãos mais novos e um mais velho. Agora estão todos casados e têm as suas crianças.

Jared aproximou-se, inalando a deliciosa fragrância floral, mais provocante do que o aroma das flores da Primavera. Ao olhar para aqueles olhos verdes, sentiu uma tensão que o alegrou: a química sexual a aflorar entre eles.

– Não se mexa. Deixe-me tirar as pétalas dos seus cabelos – ele esticou o braço para remover as flores brancas das ondas sedosas.

Sem querer, roçou-lhe o pescoço e sentiu um arrepio que ecoou através do vazio no interior do seu corpo.

Faith meneou a cabeça, espalhando as pétalas sobre os seus ombros e em Merry.

– Permita-me que eu a ajude – pediu Jared, a olhar para ela, enquanto lhe penteava o cabelo com os seus dedos.

Faith respirou fundo e entreabriu os lábios e os seus olhos ficaram mais brilhantes.

Naquele momento, Jared soube estar diante de uma mulher muito especial. Tinha surgido de repente na sua vida e ele queria que ficasse para sempre.

– Chamo-me Jared Whitewolf.

– Prazer em conhecê-lo. Faith Kolanko.

– Obrigado por nos ter salvo.

– Não foi nada.

– Estamos a fazer um piquenique. Quer acompanhar-nos? Está sozinha?

– Oh, meu Deus! Estou atrasada! – Faith olhou para o relógio, pondo fim ao magnetismo que se estava a sentir entre eles. – Tenho de ir – e entregou a criança a Jared.

– Espere!

Faith não o ouviu. Enfiou-se no meio dos arbustos de onde tinha surgido e reapareceu alguns segundos depois com uma mala pendurada ao ombro.

– Adeus – ela seguiu pelo caminho de cascalho e desapareceu atrás de uma árvore cheia de flores amarelas.

– Querida Merry, não podemos deixar esta rapariga fugir.

Jared colocou Merry na colcha que tinha estendido na relva. Calçou depressa as botas, vestiu a camisa branca, ajeitou a criança e começou a correr com ela ao colo.

– Vamos arrumar as nossas coisas e encontrar a rapariga bonita, Merry. Aposto que ela não resistirá aos teus encantos. Além de belíssima, Faith Kolanko será a solução para todos os nossos problemas.

Jared correu para fora do parque com Merry no carrinho, a tempo de ver Faith entrar no enorme edifício em frente.

 

 

Passados poucos instantes, Jared entrou com Merry no Harrington Building e descreveu Faith ao recepcionista, que meneou a cabeça de um lado para o outro.

– Sinto muito, senhor, mas há muitas loiras que trabalham aqui.

– Faith Kolanko tem cerca de um metro e setenta de altura. Os seus cabelos são muito claros e compridos, os olhos, verdes e tem algumas sardas espalhadas no seu nariz.

– A senhora Kolanko trabalha no quinto andar – um homem de camisa branca e calças pretas apareceu ao lado de Jared. – É funcionária da Graphic Design.

– Obrigado – virou-se para a bebé. – Teremos de esperar que Faith termine o trabalho, Merry. Voltaremos perto das quatro horas. Enquanto isso, vamos aproveitar a tarde no parque.

 

 

Às quatro em ponto, Jared regressou ao Harrington Building.

– Agora, Merry, vamos esperar pela senhora Kolanko.

Ficaram sentados no átrio, a observar o movimento. Todavia, não havia sinal de Faith.

Cinco horas e nada.

Seis horas. Quase mais ninguém circulava por ali e um segurança apareceu.

– Com licença, o senhor trabalha aqui?

– Não.

– Então, terei de o convidar a retirar-se, cavalheiro. Tenho de fechar as portas.

– Estou à espera da senhora Faith Kolanko, da Graphic Design.

– A senhora Kolanko? O senhor incomoda-se se eu verificar?

– Não, tudo bem. O meu nome é Jared Whitewolf.

O segurança atravessou o átrio e foi até à recepção, de onde fez um telefonema.

Jared seguiu-o, empurrando o carrinho de Merry.

– Whitewolf. Ele disse que está à sua espera, senhora Kolanko. Sim, exactamente, com um bebé. Está bem – o guarda colocou o telefone no descanso. – A senhora pediu para o avisar que já vai descer. Peço desculpa pelo inconveniente, senhor, mas são as normas de segurança do edifício.

– Sim, eu sei. Muito obrigado.

Jared regressou ao sofá que dava de frente para os elevadores e acomodou-se, observando o painel mudar do rés-do-chão para o quinto andar.

Assim que a porta se abriu, ele levantou-se e a mulher com quem já tinha decidido casar-se, apareceu.