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Editado por Harlequin Ibérica.

Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Núñez de Balboa, 56

28001 Madrid

 

© 2000 Joan Hohl

© 2018 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.

Conquistar o amor, n.º 375 - maio 2018

Título original: The Dakota Man

Publicado originalmente por Silhouette® Books.

 

Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.

Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.

Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.

® Harlequin, Harlequin Desejo e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.

® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.

As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.

Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.

 

I.S.B.N.: 978-84-9188-343-2

 

Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.

Sumário

 

Página de título

Créditos

Sumário

Capítulo Um

Capítulo Dois

Capítulo Três

Capítulo Quatro

Capítulo Cinco

Capítulo Seis

Capítulo Sete

Capítulo Oito

Capítulo Nove

Capítulo Dez

Epílogo

Se gostou deste livro…

Capítulo Um

 

 

 

 

 

Com expressão de profundo aborrecimento, Mitch Grainger sentou-se na sua secretária e olhou para o objecto que tinha na palma da mão.

A única coisa que podia fazer era admirar o belíssimo anel de noivado, feito com brilhantes e rubis. Há menos de uma hora tinha-o tirado do chão, junto da sua mesa, onde ele fora parar depois de ser arremessado com fúria contra o seu peito por Natalie Crane, a linda e, em geral, fria mulher que tinha sido sua noiva até há alguns momentos.

O sol que penetrava pela enorme janela do escritório fazia a jóia cintilar ainda mais e Mitch soltou uma espécie de gargalhada abafada. Nunca iria entender as mulheres. Apertou o anel entre os dedos, considerando se, de alguma forma, estava, de facto, a importar-se com o fim daquele compromisso.

Respondendo à sua própria pergunta interior, constatou que não; pelo menos no que se referia a Natalie. A ex-noiva tinha visto uma cena e tirado as suas próprias conclusões sobre ela. Erradas, mas impossíveis de serem rebatidas.

No entanto, como nunca estivera apaixonado por Natalie e tinha plena consciência disso, Mitch apenas encolheu os ombros.

Com trinta e cinco anos, tinha chegado a acreditar que já estava na hora de escolher uma esposa e Natalie acabara por aparecer como uma candidata que se ajustava às suas aspirações, já que pertencia a uma das famílias mais ricas e prestigiadas de Deadwood, Dakota do Sul. Agora, porém, Natalie já fazia parte do passado. Com as suas ideias preconcebidas, ela tinha-se precipitado, fora grosseira, e Mitch nunca perdoava quem agia assim.

Além disso, sentia-se atingido na sua honra, o que considerava o seu bem absoluto. Por outro lado, ao que parecia, enganara-se quando imaginara que Natalie iria reconhecer o quanto a honra era importante para ele. Se assim não fosse, a jovem nunca teria acreditado na hipótese de que Mitch a estivesse a trair com a sua própria secretária, Karla Singleton.

Pobre Karla, pensava ele agora, ao recordar-se da expressão atónita no rosto dela, logo após o ocorrido.

Meneando levemente a cabeça, Mitch abriu a gaveta de cima da sua secretária e colocou o anel ali dentro, com cuidado, para depois tornar a fechá-la.

Nunca lhe tinha agradado aquela mistura de diamantes e rubis. A jóia tinha sido uma escolha pessoal de Natalie. Se fosse pela sua decisão, Mitch teria escolhido uma pedra única, enorme, de dois quilates e meio. Solitário e elegante, concluiu, erguendo as sobrancelhas.

Podia compreender como a paixão movia as pessoas. Ele mesmo era movido por ela. Mas o que não conseguia entender era porque é que, em nome da paixão, tanto homens como mulheres arriscavam tanto… Como Karla tinha feito.

Acreditando-se apaixonada, ela tinha arriscado tudo nos braços de um homem que acabara por abandoná-la. Com a desculpa de que iria em busca de um emprego melhor, o rapaz deixara Karla grávida e envergonhada diante da sua família.

E, sem saber a quem recorrer, ela procurou Mitch, contando-lhe detalhadamente a sua desgraça, chorando no seu ombro. E foi nesse exacto momento que Natalie entrou no escritório, vendo-o com Karla nos braços, a consolá-la, e ouvindo coisas que não se relacionavam com os dois, mas com a situação da secretária.

Mitch suspirou, lembrando-se da cena mais uma vez. Como é que Natalie pudera imaginar que ele tivesse engravidado a secretária?! Logo ele!

Mas, pelo que podia concluir nesse momento, tinha sido melhor assim, já que seria terrível casar-se com uma mulher que não tinha a menor confiança nas suas atitudes. E, pelo que já ouvira falar de casamentos, sabia que eles podiam sobreviver sem um amor profundo, mas nunca sem confiança…

E assim terminara a sua pretensão de arranjar uma esposa e constituir família. Podia dar vazão aos pensamentos que já tinha há algum tempo sobre a escolha que fizera. Não que Natalie não viesse a ser uma excelente esposa; no entanto, quanto a ser uma boa mãe… Mitch tinha as suas dúvidas. Ela era egoísta demais para poder ser mãe, com certeza.

Criado numa família de dois irmãos e uma irmã, com uma mãe amorosa, mesmo quando era firme, Mitch queria algo parecido para os seus próprios filhos, ao vir a tê-los. Portanto, sentia-se de certa forma aliviado com o fim daquele noivado.

Contudo, ainda estava aborrecido e preocupado com o problema de Karla. Sempre se deixara emocionar pelas lágrimas de uma mulher, em especial se gostasse dela. E o astuto empresário de jogos de Dakota tinha-se transformado num animal de instintos protectores aguçadíssimos quando via uma mulher com quem se preocupava a chorar.

Mitch gostava de Karla. Ela era uma excelente pessoa e, além disso, a melhor secretária que já tivera. Por outro lado, depois da cena de ciúmes de Natalie, acabara por descobrir que Karla queria ficar com a criança, não por causa do pai, que se mostrara um patife sem escrúpulos, mas porque queria muito aquele bebé.

Mitch aprovava tal decisão. Ainda assim, Karla dissera estar com vergonha demais para ir até à casa dos seus pais, em Rapid City, para lhes pedir apoio moral ou financeiro. E, como era filha única, não tinha irmãos a quem recorrer. Isso tornava Mitch, o audaz empresário e defensor ferrenho de mulheres em perigo, a sua única hipótese.

Consciente da sua própria fraqueza, Mitch sorriu levemente. Ajudaria Karla, sim, sem dúvida alguma. Já estava quase a tocar no intercomunicador quando ouviu as leves pancadas na porta, seguidas da voz suave da secretária:

– Desculpe-me, senhor Grainger. Posso entrar?

– Sim, claro! – Mitch tornou a sorrir.

Apesar das inúmeras vezes em que tinha insistido para que Karla o chamasse pelo primeiro nome, ela continuava com o tratamento formal. E, após o incidente com Natalie, tal tratamento parecia-lhe ridículo.

– Vem e senta-te aqui, Karla. Eu ia chamar-te. Ah, e pela última vez, chama-me de Mitch, está bem?

– Sim, senhor – ela foi até à cadeira que ele indicava e sentou-se.

– Muito bem, como é que te estás a sentir? – quis saber Mitch, preocupado.

– Melhor. Obrigada por me emprestares o teu ombro… – Karla tentava sorrir.

– Tenho prática. Há alguns anos, quando a minha irmã entrou na adolescência, ela também tinha frequentes períodos de lágrimas fáceis…

A secretária sorriu com mais facilidade, mas, de repente, tornou-se séria.

– Quanto à senhora Crane, eu gostaria de a procurar e explicar…

– Não.

– Mas foi um mal-entendido… Se eu falar com ela…

Mitch ergueu o dedo indicador da mão direita, fazendo-a calar-se.

– Natalie não esperou para receber nenhuma explicação, Karla. Somou um mais um e obteve três: eu, tu e o teu bebé. O problema é dela. Acabou. Agora, devemos discutir outro assunto.

– Qual, senhor?

– Pára de me chamares de «senhor». O teu problema. O teu bebé. E então? Já tens planos? Vais querer continuar a trabalhar, ou…

– Sim, sim, quero continuar – interrompeu-o. – A não ser, é claro, que tu não queiras…

– É lógico que quero! Tu és a melhor assistente que já tive!

– Obrigada.

– Muito bem, e por quanto tempo é que pretendes continuar de serviço?

– Quanto eu puder.

– Não acho que isso seja bom para ti, nem para a criança.

– Mas as minhas funções não requerem esforço físico. Além disso, ter um bebé, hoje em dia, acaba por sair muito caro e quero ganhar o máximo que puder.

– Todavia, a minha empresa fornece excelente cobertura de saúde, incluindo auxílio de maternidade, Karla.

– Eu sei disso e estou muito grata. No entanto, quero economizar para depois. Preciso de ter economias para me manter até voltar ao trabalho, depois do parto.

– Não te preocupes com a parte financeira, está bem? Eu tratarei disso por ti. Quero apenas que te concentres em tratares bem de ti mesma e do bebé. E que trabalhes apenas mais cinco meses, Karla.

Ela fez menção de protestar, mas Mitch já tinha erguido o dedo indicador outra vez.

– Seis? – murmurou Karla, mesmo assim. – Estarei com sete meses e meio, na altura.

Mitch esboçou um sorriso, aquiescendo.

– Está bem: seis. Mas vais passar o último mês a treinar a tua substituta, está combinado?

– Um mês é muito tempo para treinar alguém. Vou ficar sem fazer nada…

– Isso mesmo. Mas não há mais nada para discutir. É pegar ou largar.

Karla encarou-o com carinho.

– Está bem. Tu és o patrão.

– Exactamente – Mitch sorria, satisfeito. De repente, porém, ficou sério, e ocorreu-lhe uma pergunta mais prática: – E como é que vamos conseguir alguém à tua altura para te substituir?

 

 

Pouco mais de um mês depois, e muitas milhas ao Sul, um outro problema estava a acontecer, na Pensilvânia…

Com cortes fortes e imprecisos, a tesoura ia destruindo o vestido de noiva delicado e rendado, sem piedade. Quando, por fim, não existiam mais do que farrapos, Maggie Reynolds deu-se por satisfeita. Com outro pontapé, mandou para mais longe as tiras cortadas, olhando-as com os olhos cheios de lágrimas.

Deveria estar a casar-se, a usar aquele belo traje, dentro de duas semanas. Mas, há apenas dois dias atrás, o seu noivo causara-lhe a maior decepção que já tivera. Depois de ter dividido com ele o seu apartamento e a sua cama durante quase um ano e depois de todos os preparativos para a cerimónia estarem em andamento, Maggie voltou para casa certa tarde, após o serviço, e notou que ele se tinha ido embora, levando todas as roupas e pertences pessoais, deixando apenas um bilhete. As palavras ainda estavam na memória de Maggie e causavam-lhe muita mágoa:

 

«Maggie, peço desculpa, mas não posso seguir em frente com isto. Eu apaixonei-me por Ellen Bennethan e vamos para o México hoje. Por favor, tenta não me odiar demais. Todd.»

 

Era como se ainda o pudesse ver diante de si: alto, cabelos muito negros, olhos azuis, porte atlético e uma conversa doce… E Todd tinha escrito odiar…

Como é que o poderia odiar, se o que mais sentia naquele momento era desprezo? Ele dizia ter-se apaixonado por Ellen… Apaixonara-se pelo seu dinheiro, isso sim, considerava Maggie. Ellen nunca tinha trabalhado. Era uma rapariga mimada pelos pais, os donos da fábrica de móveis em que Todd trabalhava.

E ele tinha-se ido embora. Fugira com a outra para o México. O que doía mais, porém, era o facto de Todd e Maggie terem feito amor na véspera da tal fuga.

Amor… Não, não tinha sido amor. Fora apenas sexo. E nada de excepcional, como podia perceber, agora que estava sem ele.

Era estranho, mas sentia que deveria estar mais ferida do que furiosa. E não era assim. O seu amor-próprio fora agredido, mas era apenas isso.

– Idiota! – murmurou, atirando a tesoura sobre os restos do vestido.

– Estás satisfeita agora? – ela ouviu a voz suave e voltou-se para ver a sua melhor amiga, Hannah Deturk, encostada ao batente da porta.

Hannah era alta, elegante e bonita demais para ser tolerada, como já pensara muitas vezes antes, divertida.

– Não – respondeu, teimosa. – Ainda não fiz tudo o que queria.

– Não? Vais cortar tudo o que está neste quarto?

– É claro que não.

– Ainda bem! Achei que a minha amiga tinha enlouquecido de vez. Mas vou ficar ainda um pouco por aqui para me certificar de que tu estás realmente bem e que não te vais ferir.

– Já estou ferida, Hannah – o pranto escorreu pelas suas faces.

Hannah aproximou-se e acariciou-lhe os cabelos.

– Eu sei, querida. Mas não deverias chorar assim tanto, sabes? Aquele canalha não merece o teu sofrimento.

Maggie espantou-se diante do palavreado da amiga. Nunca tinha ouvido Hannah a usar termos indelicados.

– Meu Deus, tu nunca falaste assim desde que vieste de…

– Nebraska.

– Isso mesmo! Nebraska!

– É que quando vejo algum tipo de injustiça acabo por perder o controlo.

– Obrigada pela solidariedade, amiga.

– Não precisas de agradecer.

– E como é o lugar em Nebraska de onde tu vieste?

A questão pareceu surpreender Hannah, mas ela explicou, mesmo assim:

– É uma zona rural. Tudo muito calmo, sem movimento… Por isso decidi vir para a cidade grande.

– E o que é que vieste procurar aqui?

– Não sei ao certo, mas vou encontrar.

Maggie riu. Estava mais animada.

– Vem – convidou, levantando-se e puxando a amiga pela mão. – Vamos conversar na cozinha, enquanto preparo um café.

 

 

– Não podes estar a falar a sério! – protestou Hannah, diante da sua terceira chávena de café, ao olhar, incrédula, para Maggie.

– Estou, sim. E já comecei a fazer os meus preparativos.

– A sério? Como? Rasgando o teu vestido de noiva em pedaços irreconhecíveis?

– Bem, isso foi apenas simbólico. Porém, passei esta linda manhã de domingo a enviar correspondências e e-mails para os convidados, dizendo que a festa e o casamento foram cancelados. Liguei para os meus pais também e eles foram muito gentis. Até me convidaram para passar alguns dias com eles no Havai, para esquecer o que aconteceu. Como se fosse assim tão fácil, não é? Todavia, não pretendo seguir para lá. Eles acabaram de se mudar, depois do ataque cardíaco do meu pai e, se eu estivesse lá, com a disposição em que me encontro… Não seria bom para nenhum de nós.

– Sim, tens razão. E o que é que fizeste mais? Falaste em preparativos.

– Isso mesmo. Mandei uma carta de demissão ao meu patrão, anunciando o meu aviso prévio, e coloquei o meu apartamento à venda.

– Maggie! Porque é que fizeste isso tudo?! O que é que pretendes fazer de agora em diante?

– Não sei. Talvez vá trabalhar num circo.

– Meu Deus! Não acredito no que estou a ouvir! Vais deixar o emprego, vender este apartamento maravilhoso, herança da tua avó… É loucura!

– Bem, Hannah, qual é a novidade? Eu sinto-me mesmo louca.

– E vais simplesmente abandonar tudo e desaparecer?

– Exactamente.

– Posso saber durante quanto tempo?

Maggie hesitou; depois encolheu os ombros.

– Talvez até o dinheiro acabar ou até eu deixar de me sentir desequilibrada a ponto de cortar vestidos.

– Oh, Maggie, Todd não vale essa loucura toda…

– Eu sei que não. Mas saber não me ajuda muito, entendes? Preciso de me livrar de tudo o que me faz lembrar dele. E sinto que, se não me for embora, se não me libertar do passado, vou enlouquecer de facto.

– Porém, deves ter alguma ideia do sítio para onde pretendes ir.

– Não, não tenho. Mas quem sabe? Pode ser que eu vá para Nebraska…

Capítulo Dois

 

 

 

 

 

Três meses depois…

 

A jovem ruiva teve um impacto surpreendente sobre Mitch. Ela era como um balão de energia, física e sensual, fazendo com que o seu sangue corresse mais rapidamente nas veias.

Mitch estava um pouco confuso diante da sua reacção à rapariga que Karla acabara de introduzir no seu escritório. Não parecia haver nada de excepcional nela e, ainda assim, não entendia como é que podia estar a reagir daquele modo à sua presença.

Cuidadoso, para não revelar a sua reacção, Mitch estudou-a à medida que ela se aproximava da sua secretária. Notou-lhe mais uma vez a cor maravilhosa dos cabelos, os olhos rasgados, verdes, impressionantes, as pernas longas, bem torneadas, os passos lentos, a cintura fina, as curvas perfeitas, a pele suave.

Quanto mais ela se aproximava, mais impressionado Mitch ficava. Era como se a beleza interior dela se apresentasse aos poucos, desabrochasse diante do seu olhar estupefacto. E uma coisa era certa: ela não parecia ter-se vestido para causar uma boa impressão. As suas roupas simples, ainda que elegantes, mostravam o seu desinteresse pelo convencional.

Quando a jovem, por fim, parou diante da sua secretária, foi como se Mitch conseguisse voltar à realidade.

– Senhora Reynolds? – murmurou, deixando os papéis que tinha em mãos e sorrindo levemente, como faria com qualquer outra candidata à vaga que a sua empresa estava a oferecer.

– Sim?

Também a voz dela era capaz de lhe provocar arrepios, constatou Mitch, com um certo desconforto. Estendeu a mão direita sobre a mesa.

– Mitch Grainger – apresentou-se, sentindo como que uma corrente eléctrica a percorrer-lhe a espinha quando ela correspondeu. – Não quer sentar-se?

– Obrigada – agradeceu num murmúrio e encarou-o com naturalidade.

– Poderia conceder-me alguns segundos enquanto examino a sua carta de apresentação? – Mitch procurava tempo para saber qual a maneira exacta de agir com ela.

Aquela parecia ser uma mulher que não estava disposta a ser intimidada, nem mesmo pelo dono de um grande negócio.

Dando uma olhadela nas linhas, Mitch concluiu que Karla tinha razão: Maggie Reynolds era, de facto, uma excelente candidata. E isso era um alívio para os dois, já que Karla não estava a conseguir encontrar ninguém à sua altura para a substituir.

– Poderia conseguir referências que confirmem os atributos aqui referenciados, minha senhora? – indagou Mitch, muito profissional.

– Não de imediato – Maggie expressava-se com frieza. – Mas posso consegui-las, sem dúvida.